sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

X marks the spot

E os livros




Arquivo X foi possivelmente a obra de ficção que mais marcou a geração juvenil-or/and-cool dos anos 90. Tenho, aliás, marcas bem próprias deixadas pelos agentes do porão do FBI criados por Chris Carter. Conheci muitas coisas com Arquivo X: teorias conspiratórias, podrenga cult, como saber se você tem um implante alienígena te monitorando, algo de música clássica e rock’n’roll, como correr sobre o salto alto et cetera. Um compêndio de todo o conhecimento prático necessário às portas do advento do século XXI... Mas principalmente me marcou (advinha?) a Literatura.

A série tem referências inesgotáveis e explícitas a literatura. E não é só uma personagem citando uma vez ou outra. Vários episódios têm títulos de livros e, se você conhece, ou, melhor ainda, leu o livro, é capaz de fazer uma segunda leitura do que está sendo veiculado. É quase um episódio dentro do episódio.

Li diversas obras em função disso; de clássicos como “O vermelho e o negro” de Standhal, a contemporâneos como “O senhor das moscas”, e filosofia (mas ainda não sei pronunciar Heiddeger descentemente e hoje já não concordo com as idéias dele) entre tantos outros.
Guardo com carinho dessa época Moby Dick. O livro tinha um papel importante na vida da Scully e era significativo na construção da personagem. E conhecer Herman Melville e toda aquela prosa que capta a poesia das coisas também foi muito importante para mim.

Durante muito tempo acalentei o sonho de ser um espírito livre como Ismael e simplesmente sair sem o que me impedisse quando se abatesse a estação úmida e chuvosa sobre minha alma. Eu sabia de cór (de cór mesmo, de coração) o admirável primeiro parágrafo de livro e esperava o dia em que seria dona do meu nariz o suficiente – e aprenderia defesa pessoal o bastante – para sair e descobrir o mundo.

Então que entendi que não precisava necessariamente colocar o pé no mundo para conhecer o mundo. Eu já o estava conhecendo. E mesmo depois continuei a conhecer diversos mundos, tantos quanto posso em todo o tempo que tenho, na melancolia ou no êxtase. Sem mais esforço que seguir virando as páginas.

Um comentário:

Conrado Dess disse...

ai nunca vi arquivo x, mas quero ver um dia hahaha é issso beii ateh maaaaaaaais ;******8