terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Não confie nas máquinas

Nem deposite esperanças todas em máquinas de crescimento acelerado – e tardio. Nem deposite esperanças todas em máquinas de crescimento acelerado – e tardio.



Há bastante tempo (muito tempo e tempo o bastante) os homens se puseram como peças de máquina. Foi-lhes imposto escolher. E a dor do vazio da alma incomoda menos que a dor do vazio no estômago – e a dor no estômago de quem se ama é também dor de vazio na alma.

Hoje eles já não vendem sua força de trabalho. São engrenagens. Não em um sentido figurado. Vivemos a Realidade Fantástica.

Em uma fila na favela, em busca de um emprego, ânsia vital de voltar a mover na máquina, seres humanos permanecem impassíveis, imóveis mesmo debaixo de saraiva e fogo. Policiais e traficantes seguiam atuando em seus papéis diários, trocando tiros, sem se importar se ali, naquele dia excepcionalmente, a esperança se materializaria potencialmente para aqueles em papel ainda mais digno de pena. População assustada? Não! Eles sequer se abalaram. Seguiriam seus destinos. Peças fora da engrenagem têm menos valor que homens mortos. Homens já sem vida; nenhum teve sangue derramado. A pólvora pouco pode contra porcas, parafusos e roldanas.

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